12 de agosto de 2020

Revisitando meu Artigo da Pós - Graduação em Mídias na Educação pela UFPR

 

Sete anos se passaram da pesquisa de conclusão de curso da Pós em Mídias na Educação (UFPR). Revisitando o artigo “Blog como ferramenta norteadora no planejamento das aulas: uma experiência no ensino fundamental” (COLERE, 2013), ficou claro que devemos sempre reinventar o uso das ferramentas tecnológicas digitais.

Na produção e escrita desse artigo em 2013, o problema de pesquisa era como a construção das páginas chamadas web log (Blog) como parte do planejamento didático por parte dos professores auxiliariam na aprendizagem por parte dos estudantes nas aulas propostas pela página personalizada da aula no laboratório de informática[1].

O artigo já apontava como conclusão que havia muito a discutir e pesquisar sobre o uso do blog na educação. Outra questão apontada sobre a criação das páginas era a facilidade dos estudantes em acessar os conteúdos propostos pelo professor, que podiam ser sites, vídeos, ou outros, e que davam autonomia para os estudantes e direcionamento para as aulas.

Ainda verificou “que essa mediação do professor e a autonomia dos estudantes era um campo vasto de pesquisas que poderiam ser averiguados em outros trabalhos, principalmente com as crianças da 1.ª etapa do ciclo I, que são menores ainda e necessitam de recursos facilitados para seu acesso as TICs”.(COLERE, 2013)

Partindo desses pontos conclusivos do artigo, essa reflexão chega em 2020, em meio a Pandemia do Corona Vírus, onde diversos setores estão se reinventando, repensando suas o trabalho e suas práticas, e a escola, como peça central nas discussões sobre o uso da tecnologia, discuti a educação remota, o ensino à distancia e o ensino híbrido.

Híbrido vem como o termo blended, do inglês “misturar”. Misturar o on-line com o off-line. A Leitura do livro dos especialistas Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto, e Fernando de Mello Trevisani define como o ensino híbrido faz e fará as instituições repensarem a organização dos espaços das salas de aula, seus materiais, o planejamento das atividades e o tempo das aulas, entre outros aspectos.

É sobre esse ponto chave que surge a ideia de revisitar o artigo, pois o espaço destinado ao uso do blog em 2013 era o laboratório de informática da escola, poucas vezes um acesso em casa. No novo contexto percebe-se as diversas possibilidades para o uso dessa ferramenta, principalmente no modelo de “Sala de aula invertida”.  

Os professores Jonathan Bergmann e Aaron Sams conceituam Flipped Classroom (Sala de aula invertida): “o que antes era feito na sala de aula do modelo tradicional, agora é executado em casa, enquanto as atividades que eram realizadas sozinhas pelos alunos como tarefa de casa, agora são feitas em sala de aula com a participação e colaboração de todos”. (BERGMANN; SAMS, 2016).

Olhando para o que os precursores dessa metodologia dizem, o  questionamento atual é: Qual ferramenta digital usar para essa prática? O blog é uma opção para a Metodologia Ativa?

O BLOG COMO OPÇÃO PARA A METODOLOGIA DA SALA DE AULA INVERTIDA.    

        Para Moran o educador deve ser o orientador e mediador intelectual, emocional, gerencial e ético. Quanto a Internet, ajuda no favorecimento da construção cooperativa do conhecimento e do protagonismo do estudante. “A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los”.(MORAN, 2013)

Na inversão proposta na metodologia, as questões acima apresentadas por Moran parecem mais praticáveis. Pois uma das características é o acesso dos conteúdos pelos estudantes antes da aula presencial: vídeos, textos, jogos, músicas... Uma gana de materiais, produzidos ou não pelo professor acerca do conteúdo ou tema trabalhado. O tempo presencial aqui se torna resolutivo de questões, discussões e produtivo.  

A criação de um blog para essa disponibilização dos conteúdos aos estudantes é uma forma de usar a ferramenta, já que apresenta uma estrutura funcional de fácil manuseio e entendimento. “Os blogs seguem uma característica comum, são geralmente de postagens cronológicas” (COLERE, 2013). A possibilidade de disponibilizar textos, links, vídeos, podcasts entre outras mídias de forma gratuita, com acesso simples pelo endereço da web.

Assim o uso do blog para a mediação da Sala de Aula Invertida pode “orientar o caminho da ação em sala de aula, interagir com os alunos e fazer com que os alunos interajam com o conhecimento” (COLERE, 2013). Muitos estudantes quando estão on-line se perdem nas possibilidades de navegação perdendo tempo com informações sem significado para a aprendizagem. Pelo blog são chamados ao tema/conteúdo, mesmo que acessem outros materiais, o sentido do planejamento do professor está estampado na página criada por ele.

 Um exemplo é o Blogger da Google, que apresenta uma forma simples e rápida de postagens e criações de páginas, além das outras ferramentas compartilháveis. Onde o professor além de dispor conteúdo e materiais necessários para a aula invertida pode propor atividades assíncronas e colaborativas aos estudantes.


BACICH, Lilian; NETO. Adolfo Tanzi; TREVISANI, Fernando De Mello. Ensino Híbrido Personalização e Tecnologia na Educação. Ed. Penso, 2015. 

BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

COLERE, Sibeli. Blog como ferramenta norteadora no planejamento das aulas: uma experiência no ensino fundamental. Mídias na Educação / UFPR, 2013. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/5235 Acesso em: 12/08/2020.

MORAN, J.M. Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias. São Paulo: ECA, s/d. Disponível em:http://www.eca.usp.br/moran/uber.htm. Acesso em: 12/08/2020.

 


[1] Local onde me encontrava naquele momento na escola, uma vez que o uso do laboratório de informática era uma opção assertiva no uso de tecnologias na década passada.