Meus Trabalhos

LAPBOOK

Criado em 2016 pelos meus estudantes do 4º ano! 

Trabalho de conclusão da sequência didática de Língua Portuguesa sobre o fundo do mar, com a criação de um Lapbook. Professora Sibeli Colere e Aluno Allan Vinícius: 4.º ano B da Escola Municipal Anísio Teixeira de Curitiba/ PR. ( Menção honrosa:)

Concurso: Inovar para Ensinar 

 

 _______________________________________________________________________

BLOG COMO FERRAMENTA NORTEADORA NO PLANEJAMENTO DAS AULAS: uma experiência no ensino fundamental


 
BLOG COMO FERRAMENTA NORTEADORA NO PLANEJAMENTO DAS AULAS: uma experiência no ensino fundamental

COLERE, Sibeli.
Curso de Especialização em Mídias Integradas na Educação, SEPT/UFPR.


"40 ANOS DE HISTÓRIA"




TELEJORNAL: PRODUZINDO MÍDIAS DIGITAIS (2011)
Participantes: Lucélia Maria Mosson de Souza [1]  
Sibeli Colere [2]
                         
Unidade Educativa: Escola Municipal e Centro de Educação Integral Anísio Teixeira. NRE-BV
Orientadora: Prof.Me. Fabiane Lopes de Oliveira [3]
Instituição de Ensino Superior: Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR
CURITIBA – PR –  2011

1. INTRODUÇÃO

Com esse projeto foi criado um telejornal disponibilizado em mídias digitais, com apresentação de informações sobre a escola aos pais. O Tema “Telejornal: produzindo mídias digitais” contemplou o eixo da Educação Integral da Prefeitura Municipal de Curitiba: Ciência e Tecnologia, numa proposta aplicada com 30 estudantes do 3.º ano B no contra turno e que trouxe, com atividades lúdicas e pela oralidade o processamento de informações de interesse dos alunos.
 Foi proporcionados momentos de contato dos estudantes com as mídias digitais e ferramentas tecnológicas, e para sensibilizar a comunidade e os pais a participarem da vida escolar de seus filhos esse trabalho foi exposto com entrega de CDs com o “programa” feito pelos alunos. Esse processo veio da observação de que nossa escola necessitava da participação dos pais para que os alunos se sintam mais confiantes e seguros em sua vida escolar.
Exploramos alguns aspectos da história das comunicações, vídeos, textos, sons que foram utilizados no telejornal para que os estudantes puderam vivenciar informações, usar com autonomia recursos tecnológicos e ampliar seus conhecimentos sobre os meios de comunicação.

2. DESENVOLVIMENTO

“A informática, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) estão cada dia mais presentes e temos que levá-las em consideração caso pretendamos formar integralmente os nossos educandos dentro de um mundo marcado por estas tecnologias.” (SANTOS e ALVES, 2006 p.16) Essa atitude que os autores citam, “formar integralmente”, cabe na proposta da Educação Integral do Rede Municipal de Ensino de Curitiba, onde os alunos ficam o dia todo na escola. “É nesse tempo educacional ampliado que a escola se transforma em espaço de múltiplas possibilidades, um lugar possível de aprofundamento de relações, conexões e novos conhecimentos, conectados com as exigências da sociedade atual.” (DIRETRIZES CURRICULARES, 2006 p.37). Assim a cada dia temos que repensar a forma de integrar nosso aluno na sociedade, com todas as questões presentes, principalmente no trato com as informações.
Esse trato que se dá de forma diferente com as Tecnologias da Informação e Comunicação, Manuel Castells em seu livro "A Galáxia da internet" O discute da influência das novas TIC na sociedade atual. Para esse sociólogo "é grande o potencial democrático contido na nova tecnologia de comunicação e informação. Rompendo com a rígida estrutura comunicacional de um para muitos, característica das mídias de massa como jornal, rádio e televisão, a Internet permite também o contato de um para um e de muitos para muitos. (Castells, 2001 p.123) essa nova forma de democratização da informação vai além das antigas formas de comunicação de massa que os alunos estão acostumados a vivenciar.
            Para atender essa nova proposta da “Educomunicação”, e assim pensar num cidadão que tenha a capacidade de entender a função da social e política da mídia e como ela é produzida, construímos a partir do conceito de comunicação um  telejornal. Buscou-se neste projeto aplicar esse conceito a partir de atividades em sala e no laboratório de informática onde trouxemos aos estudantes diversos vídeos com diferentes formatos de telejornais, discutimos sobre cada um deles para por que fim, na prática, consolidemos o processamento das informações pelos dos estudantes.
Com a Internet mostramos o outro lado da sociedade atual, onde os receptores também podem se tornar emissores com o uso da tecnologia que atualmente está presente nos celulares, câmeras digitais, e no carregamento na internet...
Para vivenciar esse conceito que precisava ser aprendido, vivido e não apenas repassado aos estudantes, um trabalho no laboratório de informática e na sala de aula foi de grande importância para a aprendizagem. O contato com o vídeo da TV professor disponíveis na escola sobre os meios de comunicação, com a história e os tipos de forma lúdica incentivou e despertou os alunos para a tecnologia presente nesta forma de comunicar.
Trabalho com jornal impresso
Outra atividade aplicada foi o contato com o jornal impresso, tão importante na sociedade. Em sala puderam manusear e explorar cada parte do jornal e discutir com a professora suas opiniões e expectativas.
A partir desta primeira parte foi importante motivar os alunos a produzirem mídias, como gravações de sons e vídeos de entrevistas, fotografias com câmeras digitais... Nesta fase do desenvolvimento, os alunos puderam manusear ferramentas de produção de mídias e vivenciar de forma lúdica a profissão de repórter, uma vez que nos eventos da escola estavam em grupos para registrar os acontecimentos. Divididos em grupos de cinco estudantes, cada um escolheu um tema para sua pauta. Seguindo as tarefas propostas, trabalharam o tema e escreveram pautas. Digitaram e salvaram as suas pautas em pastas criadas pelos grupos nos computadores do laboratório.
Conforme as pautas realizaram entrevistas com as pessoas da escola, e filmaram momentos que escolherem para “contar sobre a escola” a comunidade. Para esse processo, utilizaram a câmera digital da escola, mp4 e celulares com gravadores de sons. Um dos temas escolhidos para realizar uma reportagem foi a “Alimentação na escola”, a equipe fez filmagens, entrevistas, e tiraram fotografias da “Hora do Almoço”. Escreveram email para a empresa que presta serviços no almoço sobre alguns questionamentos que tinham.
Terminado cada passo do recolhimento das informações, fizemos a edição dos vídeos sempre tendo por base o Eixo da Educação Integral proposto no na Diretriz Curricular da Prefeitura Municipal de Curitiba, Ciências e Tecnologia, assim deixando que manuseassem o software Movie Maker. A sequência dos procedimentos para criação as apresentações e clipes se deu pela utilização do multimídia, sempre fazendo os alunos seguirem os passos e criarem seus projetos a partir do que eles entenderem e aprenderam sobre o assunto.
Entrevista com Marcelo Rocha
Ainda sobre a profissão de repórter puderam entrevistar o repórter Marcelo Rocha da Rede Paranaense de Televisão. Com uma pauta preparada por eles mesmos sobre as perguntas que seriam feitas. Nessa proposta das atividades do telejornal encontrou-se um fundamento metodológico que propõe a ação como forma de ampliação da expressão dos estudantes, vivenciando de maneira lúdica o trato da informação pela oralidade. O falar trouxe a eles confiança tão importante ao aluno num espaço para que possa manifestar sua fala. Assim a oralidade foi explorada como premissa ajudando na produção escrita dos estudantes uma vez que a relação entre elas é muito próxima.

                “O avanço no conhecimento das áreas a fins torna possível a compreensão do             papel da escola no desenvolvimento de uma aprendizagem que tem lugar fora dela. Não se trata de ensinar a falar ou a fala “correta”, mas sim as falas adequadas ao contexto de uso.” (PCNs, 1997 p38)

            Esse uso que fez o elo da escola com a comunidade, onde os estudantes trouxeram a informação com um “fim proposto para a Educomunicação que é a transformação de grupos de pessoas em propagadores de conhecimento. A troca ocorre entre professores, alunos e comunidade, de maneira horizontal – e nunca vertical” (UFPR, 2010 p.16).
O último momento do projeto foi a encenação de forma lúdica do telejornal da Escola, com o título FALA TEIXEIRINHA (nome do jornal eletrônico da escola). Encenação que foi filmada e editada com os outros vídeos para que pareça um telejornal. A oralidade foi explorada novamente neste momento,

“Expressar-se oralmente é algo que requer confiança em si mesmo. Isso se conquista em ambientes favoráveis à manifestação do que se pensa, do que se sente, do que se é. Assim, o desenvolvimento da capacidade de expressão oral do aluno depende consideravelmente de a escola constituir-se num ambiente que respeite e acolha a vez e a voz, a diferença e a diversidade.” (PCNs, 1997, p. 38)

Esse ambiente foi proporcionado como uma brincadeira, pois são crianças de 8 anos, mas que surtiu resultados além das expectativas.
Esse vídeo criado será uma mídia que poderá ser gravada em Cd-rom ou DVD para que levem para casa no final do ano. A disponibilização das informações sobre a escola nesse formato concretizou essa abordagem, como um primeiro passo para criar e proporcionar aos estudantes momentos para que tenham contato com mídias e ferramentas tecnológicas na escola no cotidiano.

3. CONSIDERAÇÕES

O tema proposto para esse projeto destacou um eixo importante que está proposto nas Diretrizes Curriculares da Educação Integral da Prefeitura Municipal de Curitiba. Contemplou o eixo de Ciência e Tecnologia numa proposta de criação de um Telejornal em formato de Mídia Digital com os alunos do contra turno e que trouxe informações importantes da escola para a comunidade e os pais. Também trouxe um olhar dos alunos em relação a sua escola, onde passam boa parte de seu dia já que é uma turma integral, composta por 30 estudantes do terceiro ano B com idade entre sete e oito anos.
Na evidencia de que nossa escola necessitava que a comunidade e os pais participassem efetivamente da vida escolar de seus estudantes, essa proposta de encaminhamento serviu como um meio a mais de sensibilização para uma futura mudança de comportamento em relação à escola. Como criação da mídia foi principalmente pela oralidade, todos os estudantes foram participantes de todas as atividades. Um dos pontos de auge foi a visita do Repórter Marcelo Rocha da RPC em nossa escola em entrevista feita com os alunos e sendo entrevistado por eles, propiciando a vivencia da profissão.
Acreditamos que com esse projeto iniciamos um longo caminho no desafio da educação em relação a Tecnologias da Informação e Comunicação, e a inserção desta na escola.

4. REFERÊNCIAS

BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CASTELLSS, Manuel – The Internet Galaxy: Reflections on the Internet, Business and SocietyOxford (UK), Oxford University Press, 2001.

CURITIBA. SME. Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba Volume 4. Curitiba: SME, 2006.

DANIEL, John. Educação e Tecnologia num um mundo globalizado. Brasil: UNESCO, 2003.

PORTAL GENS. Disponível em http://www.portalgens.com.br/, acessado em 16.06.2011.

PROFISSÃO JORNALISTA. Disponível em

SANTOS, Edméia e ALVES, Lynn. Práticas pedagógicas e tecnologias digitais. Rio de janeiro: E- papers, 2006.

CURITIBA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Projeto nossa mídia: Educomunicação. Curitiba, 2010.


[1]           Professora Regente da turma 3.º ano B
[2]           Professora co-regente da turma 3.º ano B
[3]           Mestre em Educação e Professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

________________________________

Projeto : 2010 Ano Internacional da Biodiversidade!

     A WEBQUEST foi aplicada como metodologia de trabalho para o desenvolvimento do projeto no Laboratório de Informática. Esse tema é importante e atual uma vez que “A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade, com o propósito de aumentar a consciência sobre a importância da preservação da biodiversidade em todo o mundo.”(1)
     Com o projeto procurei estimular a compreensão de que as pequenas atitudes relacionadas aos animais e as árvores nativas do bosque e das flores dos jardins da escola já são um passo para esse movimento maior que é internacional.  As atitudes positivas apropriadas pelos alunos também  podem ser disponibilizadas na rede por depoimentos e fotos como exemplo para outros que buscam essa mesma concientização.

TÍTULO DO PROJETO
 WEBQUEST: 2010 – Ano Internacional da Biodiversidade

OBJETIVOS:
  • Estimular o uso efetivo do Laboratório de Informática na escola;
  • Criar um ambiente virtual de aprendizagem sobre a importância da conservação do Meio Ambiente começando pela nossa escola;
  • Fazer o direcionamento da pesquisa dos alunos sobre o tema Biodiversidade;
  • Criar autonomia nos alunos pela facilidade de links disponíveis na webquest;
  • Realizar entrevistas na escola sobre o tema;
  • Realizar as atividades e tarefas propostas para cada turma na webquest: 2.º ano A – apresentação do Power Point, 3.º anos e classe – criação e divulgação de um blog e 4.º ano A tirar fotos da escola e criar um vídeo.
  • Apresentar os resultados dos alunos para a escola e para a comunidade por meio de blogs e exposições dos trabalhos.
METODOLOGIA:
  As aulas foram realizadas no Laboratório de Informática com a metodologia da Webquest. O link da página foi salva na área de trabalho e a cada aula os alunos, mesmo os que estão no segundo ano, acessavam sozinhos a página. Seguindo as tarefas propostas, trabalharam o tema e pesquisaram nos sites selecionados. Também em sala de aula as professoras regentes trabalharam com a produção de cartazes, recorte e colagem, e outras atididades referentes a Biodiversidade. Depois desta etapa, comecei com o desenvolvimento do eixo da Educação Integral proposto no na Diretriz Curricular da Prefeitura Municipal de Curitiba, Ciencias e Tecnologia. Cada turma utilizou um software para registrar o seu conhecimento sobre o assunto e disponibilizar as fotos e os textos sobre a Biodiversidade para todos da escola e da comunidade. O tema não encerrou com o fim do trimestre e do projeto, as discussões ainda acontecem na escola com as turmas, sobre a separação do lixo e preservação das áreas verdes do nosso espaço.

AVALIAÇÃO:

  A metodologia da webquest já preve um passo para a avaliação dos alunos no desenvolvimento do projeto. Ela foi contínua, observando as atitudes dos alunos relacionadas a preservação e se venciaram os passos para a utilização dos softwares. Cada dupla também fez uma auto avaliação, preenchida diretamente on line, encaminhada à planílhas de cada turma.





___________________________
1 UNESCO. O Ano Internacional da Biodiversidade – 2010 Diretrizes Gerais. Futerra sustentability communications: Julho,2009. Disponível em < http://www.peaunesco.com.br/BIO2010/Diretrizes_Gerais%20-%20Ano%20Internacional%20da%20Biodiversidade%20-%202010.pdf> acesso em 05/05/2010.

_____________________________________
AFRICA: HERANÇA CULTURAL( 2009)
MARIA APARECIDA NEVES 1
SIBELI COLERE 2
TATIANA PATRICIA HARDER NICÁSSIO 3

 _____________________________________________
1 Professora  de artes dos 2os anos da E.M. Anísio Teixeira.
2 Professora  de artes da Classe Especial da E.M. Anísio Teixeira.
3 Professora  do Laboratório de informática da E.M. Anísio Teixeira.

RESUMO
Este relato de experiência apresenta os resultados obtidos na aplicação do Projeto África: Herança Cultural. Trabalhou-se com as turmas de 2º anos e a Classe Especial a conscientização a respeito da valorização de toda a atividade artística, sem preconceitos e pela compreensão da diversidade cultural. O projeto tratou da vida e obra dos artistas que mesmo tendo dificuldades, superaram, foram guerreiros e produziram suas obras por amor a arte. Foi através da valorização desses ícones afro – descendentes (Heitor dos Prazeres e Aleijadinho) que pudemos destacar isso. Os alunos puderam voltar no tempo e vivenciar um “Sarau” na casa da Tia Ciata, lugar muito freqüentado por Heitor dos prazeres. Também puderam passear pelo morro onde ele cresceu através da apreciação de sua música “Lá em Mangueira”. Com a vida e obra de Aleijadinho vivenciaram a difícil arte de esculpir e se emocionaram ao descobrir que o artista precisava amarrar nos pulsos os seus instrumentos de produção pois não tinha os movimentos das mãos. E de olho no futuro, se sentiram internautas ao criarem um blog, o qual foi semanalmente atualizado com relatos, comentários e opiniões a respeito das atividades desenvolvidas Descobriram assim que o mundo pode conhecê-los como eles conheceram os artistas que pesquisaram.

1. INTRODUÇÃO

                  O presente projeto “África: Herança Cultural” teve como finalidade promover a aplicabilidade da lei 11.645/08, com embasamentos teóricos sobre os conteúdos do Ensino da Arte: nos eixos das Artes visuais e Música. Verificando que a lei 11.645/08 precisava ser aplicada de forma constante e permanente em nossa instituição, e principalmente em nossa comunidade, onde nos deparamos com crianças, pais, professores e funcionários com descendência africana, é que o projeto possibilitou trabalhar a cultura afro-brasileira, resgatando os seus valores, através do conhecimento da vida e da obra do compositor e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres e do nosso escultor O Aleijadinho, os quais  fundamentaram suas  produções artísticas em suas heranças culturais provindas do Continente Africano.
                  Através do estudo das produções culturais afro-brasileiras destes grandes  artistas , pudemos criar oportunidades de vivencia desta cultura pelos alunos das turmas de 2º. Ano A, 2º. B e da Classe Especial, integrando os processos educativos e expressivos á essência dos seus significados artísticos, musicais e visuais. Promovemos a formação e a transformação de idéias e pensamentos, tanto pela amplitude de conhecimentos quanto pela valorização de si e dos outros, uma vez que estimulamos o reconhecimento da diversidade de culturas e de seus significados. Inserimos no projeto educativo a produção expressiva de conteúdos, destacando tanto a individualidade de cada aluno quanto o sentimento de pertencer a um grupo que produz a sua própria cultura. Para o entendimento de que cada cultura nas suas especificidades produz coletivamente os seus próprios significados e de integrar este conhecimento aos processos educativos, foi necessário diagnosticar, investigar, descobrir e formatar a importância das artes visuais e musicais na educação e de inseri-las nas atividades do nosso cotidiano escolar.
               Estimulamos os alunos a conhecerem obras e músicas de artistas e compositores afro-brasileiros, exercitando a sua sensibilidade através da apreciação das artes plásticas e da música, bem como o reconhecimento da diversidade e a valorização das experiências do cotidiano nas manifestações artísticas. A nossa proposta educativa estendeu-se para alem da sala de aula, pela participação da comunidade escolar na apreciação dos nossos resultados. Realizamos a primeira Amostra de Artes da Escola Municipal Anísio Teixeira, aberta aos pais, familiares, demais professores e alunos, os quais foram também  convidados a participar do blog criado no decorrer de todo o processo .

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 CONHECENDO O SAMBA COM HEITOR DOS PRAZERES

            A possibilidade de criar no aluno o sentimento de pertencimento é que fundamentou este projeto. Esse sentimento pode ser de origem cultural e só se daria se criássemos um ambiente onde os alunos passassem pela construção de sua identidade. Cabe a escola e mais diretamente ao professor resgatar essa afirmação da identidade. Para isso começamos a aplicação do projeto com a apresentação do artista Heitor dos prazeres através de uma breve biografia encontrada no site www.heitordosprazeres.com.br. Durante a aula mostramos a vida o artista, sempre relacionando com a vivencia de cada criança. Ele era uma criança pobre que brincava na rua, muitas vezes trabalhava para ajudar a sua família. Pois segundo BERGER, P. & BERGER, B.(1884, p.212)

“... quer a identidade seja atribuída ao indivíduo, quer seja adquirida por ele, ela sempre é assimilada por um processo de interação com outros. São outros que o identificam de certa maneira. Só depois que uma identidade é confirmada pelos outros, é que pode tornar-se real para o indivíduo ao qual pertence. Em outras palavras, a identidade resulta do intercurso da identificação com a auto-identificação. Isto explica até as identidades deliberadamente constituídas pelo próprio indivíduo.”[1]

Cavaquinho
            Buscou-se a construção de identidade pela retomada da cultura afro-brasileira, neste caso com a vida do artista que apresenta para os alunos essas influências. O livro História da Música Popular Brasileira Para Crianças, relata o envolvimento dele desde criança com os principais compositores de samba do Rio de Janeiro que freqüentavam a casa da tia Ciata. Das mãos de Hilário Jovino, o querido tio “Lalu de Ouro”, recebeu seu cavaquinho.
            Durante a discussão em sala foram levantados alguns questionamentos sobre as imagem e fotos que retratavam o a vida do pintor e músico Heitor dos Prazeres. “Professora, ele era negro? Aquela era a casa dele? Por que ele morava no morro? Ele era pobre?” Para responder a essas questões foi necessário observar as relações entre o homem, sua realidade e sua curiosidade como formas de produção cultural. A partir dessas perguntas discutimos que o talento independe da nossa posição social, da nossa cor de pele e do lugar onde moramos, todos nós somos produtores de cultura. Aqui apresentamos a música como exemplo desta forma de produção cultural. Com a música “Lá em Mangueira” de Heitor dos Prazeres e Herivelto Martins pudemos enfocar essa representação:
“LÁ EM MANGUEIRA
APRENDI A
SAPATEAR
LÁ EM MANGUEIRA
É QUE O SAMBA TEM SEU LUGAR
FOI LÁ NO MORRO
UM LUAR E UM BARRACÃO
LÁ EU GOSTEI DE ALGUÉM
QUE ME TRATOU BEM
EU DEI MEU CORAÇÃO (X2)

NO MORRO A GENTE
LEVA A VIDA QUE QUER
NO MORRO A GENTE
GOSTA DE UMA MULHER
E QUANDO A GENTE
DEIXA O MORRO E VAI EMBORA
QUASE SEMPRE CHORA
CHORA, CHORA...
[2]

 Ao apreciarem a música demonstraram interesse e tiveram a iniciativa de acompanhar a música com a percussão corporal. ´, de acordo com a marcação do pulso e através da criação de ostinatos rítmicos (células rítmicas repetidas) de acompanhamento.
Na observação da letra da música, fizemos com que percebessem como a vida do artista influenciou a sua música. A leitura dos títulos de outras músicas também serviu para essa observação.

Discutimos sobre o tipo de música que eles ouviram, a mensagem veiculada pela letra, as características rítmicas do samba e suas raízes africanas e a seleção de instrumentos utilizados para a sonoridade da música: cavaquinho, pandeiro, violão, tamborim.
Estes instrumentos foram apresentados e experimentados pelos alunos através da proposta “Sarau da Casa da Tia Ciata”, onde cada um era um músico que freqüentava a casa da Tia Ciata e fazia apresentações. Houve também atividades de canto e percussão que foram finalizados pela ilustração criativa de trechos da letra escolhidos pelos alunos. Utilizou-se o desenho e a pintura como forma de ilustração, os quais foram expostos na “1ª Mostra de Arte” da escola. Para fazermos uma relação entre a educação musical e a cultura buscamos em QUEIROZ (2004,p.105) uma definição : 

“a relação entre a educação musical e a cultura é estabelecida palas próprias relações do homem com a música. Assim, não se pode pensar em um processo educacional desvinculado dos demais aspectos da cultura particular de cada grupo social. Da mesma forma, espera-se da educação musical não somente uma conformidade com o sistema cultural de uma sociedade, mas sim uma interferência neste, possibilitando a autonomia de seus sujeitos para configurar novas concepção de música e suas relações.” [3]
           
            Atendendo a estes princípios de construção criativa e cultural, tentamos desenvolver em nossos alunos o espírito de solidariedade e o discernimento crítico para que possam crescer como cidadãos capazes de interferir com sabedoria em uma sociedade mais justa e muito mais humana.
             Assim como os alunos produziram desenhos retratando as músicas, os instigamos a citarem como seria se o cantor e compositor, também retratasse em forma de desenho e pinturas a sua própria música. Eles deram muitas respostas, por exemplo: ele desenharia o morro, o samba, os instrumentos...
            Terminando o relato os alunos foram para o laboratório de informática, onde apreciaram no multimídia as obras do também pintor Heitor dos Prazeres e escolheram duas das suas obras para fazer a releitura. Esse processo de apropriação do conhecimento artístico e o estudo do artista levaram os alunos a identificarem – se com a cultura nacional e a valorizarem o gosto em relação às imagens e músicas produzidas por ele.
            O desenvolvimento de respeito ao processo de criação pessoal e social, ao mesmo tempo em que se descobre que a arte está presente em todas as etnias e grupos sociais, proporcionaram momentos de debate sobre quem pode produzir arte, chegando-se á conclusão de que todos são capazes. Além disso, observaram as cores, as formas e os volumes presentes nas obras sendo destacado pelos alunos o uso das cores quentes.
            No laboratório de informática aconteceu também a criação de um blog, onde os alunos relataram suas experiências em sala ( http://classespecial.blogspot.com/). Essa atividade foi muito interessante, pois gerou uma forma de avaliação das atividades propostas nos relatos semanais.
Segundo Soares e Almeida (2005, p. 3):

“Um ambiente de aprendizagem pode ser concebido de forma a romper com as práticas usuais e tradicionais de ensino-aprendizagem como transmissão e passividade do aluno e possibilitar a construção de uma cultura informatizada e um saber cooperativo, onde a interação e a comunicação são fontes da construção da aprendizagem.[4]
           
                  O blog foi uma ferramenta importante para a comunicação e compartilhamento do conhecimento, por ser potencialmente um veículo de comunicação e exposição e, didaticamente, um instrumento de avaliação da aprendizagem. A criação do blog realmente possibilitou uma realimentação no processo de avaliação, tanto do desempenho dos alunos quanto da aceitação dos mesmos com relação às atividades propostas.

2. 2 VIDA E OBRA DE ALEIJADINHO: CRIANDO IDENTIDADES
            
A segunda parte de nosso projeto foi o estudo do escultor Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho). Iniciou-se com um passeio com as turmas ao museu de Arte Sacra de Curitiba, onde os alunos observaram diversas esculturas entendendo-as como obras tridimensionais, apreciaram também pinturas, mobiliário e as fotografias em estilo barroco.
Passeio ao museu de Arte Sacra de Curitiba
 Após o passeio, levamos aos alunos um texto informativo sobre a vida do artista e o contexto da época.  O passeio cultural e a apreciação da arte barroca foi o primeiro contato das crianças com o artista e suas obras. Outro momento ocorreu no laboratório de informática onde fizeram pesquisas sobre as obras do artista.
Por acreditarmos que a arte tem um papel fundamental no desenvolvimento humano, nossa proposta foi de abordar a diversidade cultural para o entendimento da produção artística. Nas discussões em sala, buscamos levar os alunos a refletirem a respeito de como foi difícil a vida do Aleijadinho e da sua atitude de superação. Reforçamos também a idéia de que a arte é influenciada pelos sentimentos do artista e pelas riquezas do seu cotidiano, sendo esta uma significativa forma de expressão.
 Como diz Pillotto,

 “Por ser a arte uma linguagem, e como toda linguagem artística é um modo singular de refletirmos sobre nosso estar e agir no mundo, ela desconhece fronteiras, etnias, credos e épocas e é, portanto, uma língua universal, independentemente do lugar, do passado, do presente ou futuro; a leitura e a produção dessa linguagem existem em todo mundo e para todo mundo.”[5] PILLOTTO ( 2008, p.18)


Entendendo a atualidade desta forma atemporal  de expressão e a sua adaptabilidade a pessoas, crenças e visão de mundo , os alunos escolheram duas obras do artista: o profeta Daniel e o profeta Jonas e  a partir delas fizeram releituras criativas em massas de modelar. E assim como todos os trabalhos, estes também foram expostos na Amostra de Artes.
Para a “1ª Amostra de Artes da escola” que Aconteceu no Dia da Consciência Negra, preparamos uma sala especial, a qual recebeu a visita de todos os alunos, professores, funcionários e também dos pais e familiares, todos convidados pelos própios alunos, os quais produziram , nas aulas , convites especiais. Nesta exposição estavam organizados todos os trabalhos feitos pelos alunos participantes do projeto e também as produções de outras turmas, como mascaras africanas, painéis e instrumentos musicais, enfatizando-se de maneira muito especial a conscientização dos valores étnicos e da herança cultural.


3. CONSIDERAÇÕES

            Apreciação, melodia, ritmo e percussão corporal foram as principais formas de trabalho com a música, além da experiência por parte dos alunos com instrumentos de percussão. Como a arte na escola não prevê a formação profissional, o desenvolvimento da criatividade e pensamento estético foi o que nós buscamos com essas experimentações. Conforme as avaliações que foram realizadas no decorrer do projeto, trabalhamos com os alunos as diferentes possibilidades de uso dos elementos da linguagem visual e musical. Na perspectiva de sua função simbólica, abriram-se e possibilidades de trabalho seguindo os eixos do Ensino de Arte propostos nas diretrizes: Artes Visuais e Musica.
            Levamos o aluno a perceber a função social da música e das artes visuais, relacionando a produção cultural com o contexto social em diferentes tempos e espaços. Para isso foi necessário observar as relações entre o homem, sua realidade e sua curiosidade. A produção de formas e de objetos expressam seu entendimento sobre a realidade, e a sua criatividade abre possibilidades de interferir na realidade em busca de uma sociedade mais justa e solidária.  Atendemos a proposta de levar os alunos a perceberem que não importa origem, etnia, condição social, todos os que desejam podem, por seu trabalho e mérito, fazer parte da historia.
            Trabalhou-se a conscientização a respeito da valorização de toda a atividade artística, sem preconceitos, pela compreensão da diversidade cultural. Cremos que foi através da valorização de ícones afro – descendentes que os alunos puderam conscientizar-se da importância de se libertar dos preconceitos existentes e de tornar-se agente de transformação social da realidade. Uma vez que o projeto ultrapassou a sala de aula e estendeu-se para a comunidade, ainda mais pessoas puderam ter acesso a cultura africana, aprendendo a valorizá-la e a apreciar o artista por sua obra,entendo na mesma , a força simbólica dos valores étnicos e culturais .Os alunos puderam conscientizar-se dos preconceitos existentes e agora podem escolher uma nova forma de ver a realidade contribuindo para a formação de uma sociedade de esperanças e portanto , muito mais rica em seus valores .
             Pudemos levar os alunos a perceberem que todos podem, por seu trabalho e mérito, fazer parte da historia, não importa a origem, a etnia ou a condição social. Os alunos puderam conscientizar-se dos preconceitos existentes e da possibilidade de tornarem-se participantes de uma sociedade nova, mais humana, mais justa e solidária, na qual se respeitam as diferenças e se compartilham os significados. Em virtude de o projeto ter se estendido para a comunidade, ainda mais pessoas puderam ter acesso a estes princípios educacionais de construção e de interação sócio- cultural.



4. REFERÊNCIAS

ALBERTI; MOGNL; PILLOTTO. Multiculturalismo: tendências contemporâneas para a arte na educação na cidade de Joinville. Cadernos de Artes Visuais Santa Catarina: Univille, 2008.

BERGER, P. & BERGER, B. “Socialização: como ser um membro da sociedade”, In: FORACCHI, M.M. E MARTINS, F.S. (org.). Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1984.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.

CIT, Simone; GNATTALI, Roberto. História da Música Popular Brasileira para crianças. Brasília: MEC, 2007.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira. Brasília: MEC, 2004.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Secretaria Municipal de Educação. Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba. Curitiba: SME, 2006.

QUEIROZ, Luiz Ricardo Silva. Educação Musical e Cultura: singularidade e pluralidade cultural no ensino e aprendizagem da música. Revista da ABEM, Porto Alegre, n.º10, pp.99 -107, mar.2004.

SOARES, Eliana Maria do Sacramento; ALMEIDA, Cláudia Zamboni. Interface gráfica e mediação pedagógica em ambientes virtuais: algumas considerações. Disponível em: http://ccet.ucs.br/pos/especializa/ceie/ambiente/disciplinas/pge0946/material/biblioteca/sacramento_zamboni_conahpa_2005.pdf. Acesso em: 09/11/2009.

Musica: Heitor e Herivelto Martins. Lá Em Mangueira –- Edit. Irmãos Vitale, 1942
4.1 SITES:

http://heitordosprazeres.com.br/
http://www.dicionariompb.com.br/
http://www.blogspot.com.br
http://www.google.com.br




[1] BERGER, P. & BERGER, B. “Socialização: como ser um membro da sociedade”, In: FORACCHI, M.M. E MARTINS, F.S. (org.). Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1984.
[2] Musica:Heitor E Herivelto Martins. Em Mangueira Edit. Irmãos Vitale, 1942.
[3] QUEIROZ, Luiz Ricardo Silva. Educação musical e Cultura: singularidade e pluralidade cultural no ensino e aprendizagem da música. Revista da ABEM, Porto Alegre, n.º10, pp.99 -107, mar.2004
[4] SOARES, Eliana Maria do Sacramento; ALMEIDA, Cláudia Zamboni. Interface gráfica e mediação pedagógica em ambientes virtuais: algumas considerações. Disponível em
http://ccet.ucs.br/pos/especializa/ceie/ambiente/disciplinas/pge0946/material/biblioteca/sacramento_zamboni_conahpa_2005.pdf. Acesso em: 09/11/2009.
[5] ALBERTI;MOGNL;PILLOTTO. Multiculturalismo: tendências contemporânes para a arte na educação na cidade de Joinville.Cadernos de artes visuais Santa Catarina: Univille, 2008.